Queimadas e seu patrimônio cultural.

Segundo a Constituição Brasileira, em seu artigo 216, o patrimônio cultural é formado por bens de natureza material e imaterial, tomadas individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação e à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira. O Brasil possui um vasto patrimônio cultural, porém sua preservação está longe de ser a ideal. Mesmo possuindo todo um arcabouço legal que garanta a plena preservação, sua integridade é ameaçada tanto pela ação de vândalos quanto pela deterioração, decorrente de seu abandono.A cidade de Queimadas, localizada no agreste paraibano, possui um rico patrimônio cultural que vai desde a significativa parcela da serra de Bodopitá, que possui diversos espécimes vegetais endêmicos e sítios arqueológicos pré-históricos, às edificações urbanas, muitas delas remontando fins do século XIX e início do XX. O patrimônio cultural da cidade há anos vem sendo depredado, sítios arqueológicos localizados no perímetro urbano como a Pedra do Touro, o Zé Velho e o Loca estão totalmente vandalizados, ao invés de inscrições rupestres os grandes blocos rochosos estão ornados com pichações que cobrem em quase sua totalidade os testemunhos dos primitivos habitantes da região. A Pedra do Zé Velho, imponente matacão com inscrições rupestres, por muito pouco não foi reduzida a fragmentos, já que era intenção de uma mineradora dinamitar o bloco.O largo da igreja matriz possui o maior conjunto de edificações antigas da cidade, são casarões em estilo eclético onde podemos destacar o prédio que abriga o Colégio Maria Dulce Barbosa que, aliás, está entre as primeiras casas construídas na região. Contudo, muito se perdeu. Além de interessantes prédios que tiveram sua arquitetura descaracterizada, diversos imóveis não mais existem como o antigo terminal rodoviário às margens da BR 104. Em sua obra ‘Queimadas: seu povo, sua terra’, o Prof. Antônio Lopes menciona uma série de prédios que não mais existem às margens da BR 104 e da PB 148.Mesmo diante deste relevante patrimônio cultural, percebemos o pouco interesse da população em manter viva esta memória, muitos estão alheios a sua própria história local. Por este motivo, consideramos de suma importância um intenso trabalho de educação patrimonial a fim de conscientizar a população da importância de se conhecer a cidade onde vive, para que assim a própria população se sinta personagem da história, se identificando com os lugares onde viveu e preservando aquilo que compõe a sua história local, pois um povo sem patrimônio cultural é um povo sem história.

*Acadêmicos de História UEPB / thomasbruno84@gmail.com ; historiamelissa@yahoo.com.br

Transcrito do Blog : Arqueologia da Paraíba

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