Tema 5: Quadrilhas


Quando chega o mês de junho, entram em cena o chapéu de palha dos sinhôzinhos, as saias rodadas das sinhazinhas, as fogueiras e a música dos sanfoneiros. Começam as festas juninas, celebradas em todo o país em homenagem a São João, o santo que batizou Jesus Cristo. A tradição, ao contrário do que se imagina, não vem do Nordeste, mas dos países católicos da Europa, onde a festa era chamada de Joanina em referência ao santo. Com a colonização portuguesa, o costume de celebrar o São João no mês de junho atravessou o Atlântico e se incorporou à cultura brasileira, agregando várias influências de todo o mundo. No Brasil, comidas típicas como a mandioca, o jenipapo e doces e pratos feitos à base de milho passaram a fazer parte das comemorações. Os fogos de artifício que pipocam nos céus de junho vêm da China. Aqui, também, outras manifestações folclóricas como o bumba-meu-boi e o tambor de crioulo se misturam ao universo joanino. As primeiras festas em homenagem a São João em solo brasileiro foram celebradas pelos padres jesuítas e datam do século 17.

Mas as influências não param por aí. A tradicional dança da quadrilha nasceu na Inglaterra, entre os séculos 12 e 13, e se popularizou no meio da nobreza francesa. A dança, de passos marcados, remonta aos bailes e festas que agitavam os luxuosos salões dos palácios parisienses. As reverências dos cavalheiros para as damas e movimentos como o túnel e as trocas de braços são os mesmos. Com raízes profundas na fé católica, os festejos juninos, hoje, têm o mesmo formato das famosas quermesses promovidas pelas paróquias, com barraquinhas de quitutes e brincadeiras.

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